sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Deixa-me ser o que sou



Deixa-me ser o que sou

O que sempre fui,
um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens
cantarão as horas

Me recamarei de estrelas
como um manto real
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!

Mário Quintana

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A vida é uma Ponte


Esta ponte lindissima e grandiosa que eu vejo todos os dias entrando em casa e que me inspirou a escrever estas quadras.

A vida é um atravessar de pontes, umas vezes atravessamos a a ponte a pé(pontapé), outras a andar, outras de carro e como eu muitas de avião.
Um vai e vem natural da vida, uma curiosidade sempre de saber o que se encontra na outra margem, será melhor? Por vezes é, mas nunca em tudo! O dinheiro, a fama, não têm o sabor desejado se por detrás desse mundo não houver uma realização pessoal, uma espiritualidade...Por experiência e porque vivi fora muitos anos, embora tivesse uma vida desafogada, faltavam-me as cores e a luz deste canto, a saudade dos meus. As raízes puxaram-me para a minha terra.

A PONTE

Atravessei teus pilares
com sonhos e esperança
esqueçer mil infortúnios
mágoas retidas de infância

O caminho foi longo
com pés ensanguentados
encontrei uma antiga praça
digna de reis aposentados

Ali bebi outras àguas
de rios que por ali passam
comi frutos de néctares doçes
dormi em braços que enlaçam

Sonhando continuei
vagueando pelas ruas
galgando outro empedrado
trotando em belas charruas

O mar ao norte encontrei
um pouco feio, sem muita graça
a cor em nada me lembrava
onde navegara minha barcaça

De tanto dormir, despertei
saudosa e com a dor no peito
a ponte outra vez atravessei
Fico aqui, não tem outro jeito!

Ana Paula Roque