terça-feira, 28 de outubro de 2008

O filme "Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles

Ontem José Saramago disse estar interessado em saber como é que o publico português vai reagir ao ver "Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles, um filme que considera violento "porque assim tinha de ser".

O "Ensaio sobre a Cegueira" é por muita gente aqui não só o meu melhor livro, mas um livro que mudou a vida das pessoas. Nunca acreditei, mas é simpático, disse José Saramago.
Numa conferência de imprensa em Lisboa, ao lado de Fernando Meirelles, do argumentista Don Mckellar e do produtor Niv Fichman, José Saramago afirmou que a historia de "Ensaio sobre a cegueira" é sobre o ser humano, que é capaz do melhor e do pior".

"O filme é violento, não porque o autor o tivesse querido, mas por uma questão de lógica. A vida está organizada em função da vista que temos. Se de repente as pessoas cegam, é claro que a estrutura social vem toda abaixo" disse o escritor.

O filme estreia-se a 13 de Novembro em Portugal, co-produção entre Brasil, Canadá e Japão, conta no elenco com Julianne Moore, Marc Ruffalo, Danny Glover e Alice Braga.


3 comentários:

Tite disse...

Este filme deve ter muito para nos contar a avaliar pelas múltiplas mensagens que o nosso laureado com o Nobel sempre envia nos seus livros, adicionadas às imagens deste grande realizador...
Espero vê-lo

Ana Paula disse...

Eu li o livro que é na minha opiniao muito bom e estou anciosa de ver a historia em imagens, so pelo elenco merece a deslocaçao. Estou à espera de fortes emoçoes.

Tite disse...

Aproveito para transcrever apenas uma pergunta feita a Sramago sobre o filme e a correspondente resposta.
------

Logo após a exibição de "Ensaio sobre a cegueira" em Cannes, em maio, o senhor exaltou as qualidades do filme. Hoje, como o senhor avalia o trabalho de Fernando Meirelles na transposição de seu texto para o cinema?

SARAMAGO: O resultado da adaptação de Fernando Meirelles é mais do que satisfatório. Considero-o até brilhante. O essencial da história está ali, como seria de esperar, mas, sobretudo, encontrei na narrativa fílmica o mesmo espírito e o mesmo impulso humanístico que me levaram a escrever o livro. Nem Fernando Meirelles nem eu pensamos que vamos salvar a Humanidade, mas somos conscientes de que, quer como artistas, quer como cidadãos, levamos a cabo um trabalho responsável.