sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Ladainha dos póstumos Natais
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão_Ferreira
Etiquetas:
David Mourão-Ferreira,
Ladainha,
Natal
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1 comentário:
Hà-de vir um Natal em que o nada retome a cor do infinito...que bonito!
tive problemas no meu computador virei em breve, tudo ok agora.
Um beijinho,
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